PASSADO: Mais um X na vida de Marlene Mattos
Uma xerife nordestina, eficiente e com a cabeça cheia de ideias é a nova gestora do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a famosa Feira de São Cristóvão. Há dois meses no cargo, a conhecida empresária e produtora de televisão Marlene Mattos, de 60 anos, aceitou o convite do prefeito Eduardo Paes, que deu o nome à sua função de “xerife”. Contratada como funcionária da Riotur (Empresa de Turismo do Rio), Marlene conta que aceitou a proposta sem ao menos perguntar o salário. A motivação da empresária foi pelo desafio. Em sua administração, ela quer buscar parcerias, promover a revitalização, atrair clientes e fazer um tanto de outros projetos que listou numa carta de apresentação aos feirantes.
— Atribuo o convite à minha competência e também por ser nordestina. Quero dar soluções. Estou aqui para facilitar a atuação da Associação dos Feirantes. Não existe o pacificador? Eu sou a facilitadora — explica Marlene.
De calça jeans, sapatos azuis, camisa branca, pequenos brincos e sem maquiagem, ela diz que ainda está em fase de reconhecimento. Formada em marketing pela Universidade Estácio de Sá, Marlene, por causa da sua nova função, faz um curso de gestão pela internet.
O trabalho na Riotur não é o único da empresária, que mora no Recreio dos Bandeirantes. Atualmente, ela também é diretora e produtora do programa “Companhia de Viagem”, do empresário Márcio Moraes. Marlene trabalha na revitalização de uma tradicional casa de shows da Lapa e faz assessoria de marketing para alguns shoppings. Com tantos afazeres, acorda cedo, por volta das 7h, e dorme tarde, às 3h. Todos os dias pela manhã, assiste filmes e séries de aventuras ou policiais. Apesar do gosto pelo trabalho, a empresária preza os dias de folga. Nesses momentos, joga buraco:
— Eu gosto é de café com leite. Buraco, adoro !
A própria história de Marlene, filha de uma costureira e um motorista de caminhão, é uma lição de vida. Nascida em São José de Ribamar, no Maranhão, a empresária lembra que chegou ao Rio com a roupa do corpo. No Nordeste, foi voluntária coletando sangue da população para fazer exames de febre amarela, trabalhou como professora e até já deu aula em troca de ovos. No Rio, começou a carreira na TV Globo como datilógrafa. Foi empresária da apresentadora Xuxa, trabalhou como diretora de outros programas de televisão na Bandeirantes e no SBT.
Um outro projeto é um programa para cantora Kelly Key na Angola. Quanto a saudades do tempo em que era empresária da Xuxa, ela não se alonga no assunto: “Foi uma época que passou”. Nesse momento, a repórter conta à empresária que, na sua infância, foi por cinco vezes ao programa da loira. Marlene se solta e responde:
— Então, você foi uma baixinha? Fico feliz em saber que muitas crianças que foram ao programa da Xuxa hoje são homens e mulheres profissionais. Isso mostra que ela foi uma babá eletrônica eficiente — diz Marlene, acrescentando que as pessoas sentem falta de coisas simples na TV .
Para Marlene, um programa de televisão tem que fazer parte da reconstrução de uma país e da alma das pessoas. Ela acredita que a TV continua a mesma há dez anos.
— Está tudo igual. Os programas ficam buscando audiência enquanto o conteúdo está lá atrás. Já os telejornais não perdem o público, porque sempre têm notícias novas. Deixam alguma mensagem — comenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário