sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Conexão SP-Cam

Conto das 2.54am
Era uma fachada discreta, somente um numero de indicação e uma grande porta preta ... Lah dentro, após passar pelo atendente avistava-se entre meio a uma cortina feita de correntes pretas um corredor sombrio com muitas portas vermelhas e um piso preto meio escorregadio e algumas tvs de plasma passando filmes pornôs ....
Ao percorrer o corredor, percebe-se alguns outros corredores, sem portas, porem todos revestidos em espelho, que refletem o corredor anterior e tudo se multiplica num jogo de ilusão ...
Por um dos corredores de espelhos avista-se um bar de prateleiras iluminadas por luz de tom avermelhado, um barman solitário ao lado de mais um tv de plasma com o mesmo filme pornô do corredor, lah, no bar, avistam-se os primeiros freqüentadores do local ...
Após pedir uma cerveja e sentar-se numa mesa de canto, estrategicamente posicionado, com visão para todo o ambiente, começa a reparar nos detalhes ... a penumbra do local incomodava um pouco, mas acrescentava um certo tom de mistério ...
Dali, reparando os freqüentadores, que somente usavam toalhas branca e chinelos, num vai e vem sem destino, mas com uma profunda troca de olhares, concentrou-se em observar a rotina da casa, para que quando abandona-se seu copo de cerveja e seu cigarro se apagasse pudesse levantar e ter um rumo para seguir ....
Um porta era sempre muito movimentada, alguns entravam, outros saiam, alguns entrava e saiam,outros entravam e não mais saiam, uma escada estreita e ainda mais escura levava a um segundo andar, uma jacuzzi iluminada com velas ao redor borbulhava sozinha, as toalhas brancas e peitos nus somente iam e vinham ...
A primeira tarefa foi entrar na porta por onde todos iam, lah dentro, quase nada conseguia-se observar, o calor era intenso, o cheiro era bem forte, a umidade era excessiva, ao adentrar um pouco mais na sala, percebia os freqüentadores sentados em bancos de pastilhas pretas no perímetro do local. Sentados uma ao lado do outro, mas palavra alguma era trocada, todos mudos,um local de total silencio e contemplação,mas sempre com uma certa tensão a cada vez que a porta de abria.
Sem resistir muito ao calor úmido do local, refrescar-se com uma ducha era a solução, foi quando descobriu que a sala tinha uma segunda saída,por isso a observação anterior de que alguns não saiam, na verdade saiam pela porta de trás ... Claro que a aventurou-se pela segunda porta, sem muita novidade descobriu um banheiro e novamente o corredor inicial.
Agora frente a frente com a escada de degraus vermelhos e pouquíssima iluminação, foi subindo,pouco a pouco, na espera de toda e qualquer surpresa ....no fim da escada uma parede de tijolinhos dava duas opções, direita ou esquerda. Para direita uma luz forte e uma porta, para a esquerda uma escuridão o chamou, foi para a esquerda, desvendar o segundo andar ...
A escuridão, era somente isso que conseguia-se ver do local, mas aos poucos, com a retina se adaptando, percebe-se vultos brancos, eram as toalhas brancas passando de um lado para o outro, ainda no total silencio, mas dessas vez, alguns poucos barulhinhos de chaves eram ouvidos,barulhinhos das chaves dos chaveiros do guarda volume preso aos pulos .... começa-se a perceber que se esta em um corredor, e esse corredor tem uma bifurcação, e logo a frente, outro corredor, e depois outra bifurcação, o desespero e o medo dominou a situação, afinal, percebeu-se no escuro total e dentro de um labirinto, com portas, salinhas, corredores, bifurcações, becos sem saída, e toalhas brancas, andando, paradas nos cantos, perdidas no fim dos becos ...
Chegou a um local central, com um sofá, acalmou-se, afinal, todos pareciam tão perdido quanto... relaxado, começou a observar o vai e vem, as toalhas brancas reluzindo no escuro eram engraçadas,o barulho dos chaveirinhos fazia lembrar os sinos das vacas no pasto, tudo parecia um produto, era soh escolher a sua toalha branca e com ela se embrenhar no labirinto escuro....
Lembrando da opção da direita da escada, voltou ateh lah, agora para descobrir a luz da porta, que nada mais era do que uma grande projeção do mesmo filme pornô que passava no andar de baixo, vazia e gelada a sala tinha uma luz que após sair do labirinto escuro era de se usar óculos escuros ...
Aproveitando a proximidade da escada, voltou ao primeiro andar,deixou sua toalha branca no cesto correspondente, vestiu-se e a sua casa retornou, achando tudo muito curioso, sem saber se vale a pena repetir a experiência, e dormiu, novamente, sozinho ....
Por Martins,Rodrigo

Um comentário:

Anônimo disse...

Uau! Amei! Queremos mais contos de aventuras paulistanas. O olhar sempre afiado... Ainda quero saber detalhes. Você decidiu do nada? Sozinho? Estava sob a influência? Muitas perguntas e nenhuma resposta.