quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O ator, diretor, produtor, autor de trilhas sonoras e DJ, Rodrigo Penna, leva sua badalada festa dominical para o terraço do Vivo Rio


Orecepcionista tinha acabado de entregar a ficha de praxe quando o hóspede empacou. Ninguém entendeu nada. Era só escrever nome, endereço, motivo da viagem e ocupação — demorar pra quê? Rodrigo Penna, o hóspede, escreveu quase tudo. Na hora da ocupação...
— Olhei para o papel, acendi um cigarro e pensei por alguns minutos até encontrar o que eu acho que resume o que eu sou.

Em seguida, Rodrigo tascou no pedacinho de papel: “profissional liberal das artes”. E subiu para o quarto. Já se vão seis meses desde que isso aconteceu. Era carnaval e Rodrigo estava em Salvador. Mas a definição segue com ele até hoje. Aos 34 anos, afinal, é difícil rotular o sujeito. Até a semana passada, ele era ator, diretor, produtor, autor de trilhas sonoras e DJ. Mas periga estar acrescentando uma nova função à lista agora mesmo. Vai saber. Rodrigo adora inventar o que fazer.
— Ele não pára, é hiperativo e está sempre com alguma idéia nova na cabeça — diz a atriz Natália Lage, amiga desde a adolescência e parceira em vários projetos. — Mas ele não se perde nas idéias. É focado e sabe canalizar essa energia criativa por mil caminhos, muitas vezes alternativos, mas todos com a cara dele.

Por agora, uma das idéias que andam rondando a cabeça do moço diz respeito ao futuro do Bailinho — a festa inaugurada por ele em setembro do ano passado e que se converteu num dos programas mais comentados da cidade. Depois de passar por três endereços (Zazá Bistrô, Mistura Fina e Lounge 69), o Bailinho saiu de cena no dia 13 de julho. Desde então, Rodrigo vem sendo disputado para fazer o som de badaladas festas particulares. E avisa, aqui, em primeira mão:
— O Bailinho volta no dia 12 de outubro, no terraço do Vivo Rio.

O espaço, que muita gente não conhece ainda, vem sendo usado discretamente em eventos. Agora será ocupado a cada 15 dias pela festa, sempre aos domingos, no horário em que o agito se consagrou: o início da noite. A cada edição, um convidado ficará encarregado de criar projeções, que irão rolar junto com a música, comandada por rodrigo e amigos, uma proposta que já levou à festa “djs” tão diferentes quanto Luana Piovani, Marília Gabriela e o diretor de teatro Felipe Hirsh.
— A idéia é abrir o espaço. Mas o Bailinho será sempre um bailinho, com cheirinho de festa em casa, de encontro de amigos — diz Rodrigo.

Para o stylist Felipe Veloso, freqüentador desde a primeira edição, foi esse clima que fez a festa acontecer:
— O Bailinho é uma catarse. Você vai pra dançar, rir, ver os amigos e ouvir as músicas que ama, sem se preocupar se são cafonas, estranhas, fora de padrão.

O som eclético virou, sem dúvida, uma das marcas do DJ residente.
— O Rodrigo vai de Sinatra a Daft Punk, sem que isso cause estranheza. Tem bom gosto e feeling para saber o que as pessoas querem ouvir — diz o DJ Nado Leal.

O curioso é que a festa era apenas um plano B, mas acabou assumindo feições de plano A. Ainda assim, Rodrigo segue firme como ator, diretor e trilheiro. Ele acaba de gravar um episódio de “Casos e acasos”, na TV Globo. E assina a elogiada trilha sonora da peça “Ensina-me a viver”, dirigida por João Falcão, e atualmente em cartaz no Teatro do Leblon. Em novembro, Rodrigo estréia, em São Paulo, como diretor do espetáculo “Pranto de Maria Parda”, um monólogo encenado pela atriz Mika Lins, com textos do dramaturgo português Gil Vicente. E, pensando numa futura montagem, vem pesquisando a obra do mineiro Paulo Mendes Campos. Intensamente.
— Sou compulsivo. Se como doce, como doce. Se vou ler um livro, leio oito. Sento no computador às dez da noite pra ver um email e levanto às cinco da manhã — brinca.

Desde garoto é assim. Ao estrear no teatro, em “O Menino Maluquinho”, com 12 anos, Rodrigo percebeu que adorava aquilo. Se jogou. Aos 15, estourou na novela “Top model” e até hoje é lembrado por ela, apesar de já ter vivido Oscar Niemeyer, na minissérie “JK”, e Dom Pedro II, no filme “Mauá — O imperador e o rei”, de Sergio Rezende. Por causa de “Top model”, ele mal podia andar de ônibus. Era assediado até na roleta. Mas foi morar em Londres e, na volta, quase dois anos depois, veio a real:
— Ouvi muita gente dizendo que eu estava com complexo de Shirley Temple, que era hora de provar que eu tinha talento, que eu não era mais menino-prodígio.

Rodrigo correu atrás e se arriscou. Acertou em muitas. Errou em várias. Foi assim que, cinco anos atrás, inventou o Projeto Ambiente — que misturava performances com leituras, encenações, projeções e música.
Fonte: O Globo
Quer mais? Vai lá: http://blog-do-bailinho.blogspot.com/

Um comentário:

Di disse...

É isso aí!!!! Parabéns ao Rô. Adoro ele de montão e acho qeu ele merece tudo de bom mesmo. Que ele continue sempre assim agitando e produzindo muitas coisas boas pra gente se divertir. Beijocas nele.