Será que Di concorda com esses perfis da noite carioca?
ALCIONE, cantora
“Minhas festas têm que ter Guaraná Jesus para Sandra de Sá e Miguel Falabella, e cerveja para o Zeca Pagodinho. Sei também que a Maria Bethânia gosta de vodka. Essa é a hora de agradar os amigos e conheço o gosto dos meus”.
“Faço coisas do mar para quem é do mar, saladão e picanha que dorme no leite. Deixo a cozinha aberta para quem quiser beliscar na panela da Dona Graça. Convidado tem que se sentir em casa. Música é um bom forró de Luiz Gonzaga. Mas não pode faltar samba, batucada, Lecy Brandão, Zeca, Jorge Aragão...”.
GLACIONE MOURA, taxista
“Festa legal pra mim tem que tocar um funk alto para a gente dançar até o chão. Do ‘Créu’, eu já enjoei. O batidão maneiro do momento é ‘Solta essa zorra’, do MC Torrada e Lana”.
LENNY NIEMEYER, estilista
“Festa boa tem que misturar gerações. O convidado não pode esperar mais que dois minutos pela bebida, e a comida é leve, a noite toda, numa mesa. Garçom circulando atrapalha. Enquanto tiver gente dançando, não desligo o som, mas não fico até de manhã. Deixo uma estrutura e saio à francesa. Não me despeço para que os convidados não pensem que os estou despedindo”.
“O que mudou é que hoje as pessoas se sentem mais à vontade para irem às festas sem serem convidadas. Me programo para receber mais gente do que convidei”.
MUTI RANDOLPH, designer
“Festa é madrugada, as que vou começam 2h30, hora segura, quando os ladrões também estão curtindo”.
“Tem pouca gente interessante na noite, então, festa é para encontrar os amigos. Tem gente que vai só para pegação e esse público incomoda. A festa Moo, a Combo e o Bailinho, no Lounge 69, são ótimas. Tem música variada, vai do rock ao disco, e um povo desencanado”.
R. STAMBOWSKY, cerimonialista
“As pessoas esperam animação numa festa. DJ bom e bebida é mais do que meio caminho andado para tudo acontecer. Para a garotada beber, é vodka com energético. Serve-se espumante rosé, que está no pique, para os adultos. Comida é para beliscar sem parar de dançar ou namorar”.
“Nos casamentos, a distribuição de havaianas é um costume novo, inadmissível há alguns anos. Tem mulher que até leva um par na bolsa para garantir, caso elas não sejam distribuídas. As meninas de 15 anos são tatuadas e têm piercings, mas estão resgatando costumes tradicionais, como a valsa com o pai e com o avô, o bolo vivo com todas as amigas”.
“Nos casamentos o mesmo vem acontecendo. Elas estão usando véu comprido, vestido branco e escrevendo o nome das amigas que querem casar na barra do vestido. Isso é muito antigo. É rara a festa que não tenha equipe de paramédicos para os abusos alcoólicos”.
HELENA GONDIN, sociedade
“Festa para a minha idade é calma, um jantar sentado, formal. Dança só ser for em data especial, bodas. A comida é sem rapapé ou pompa, pode ser até mousse de giló. Detalhe: blinis com caviar está bem demodé. Se tiver alguém desagradável não há jantar que resista. No lugar do uísque de outros tempos, entra agora o vinho tinto”.
BRUNO CHATEAUBRIAND, promoter
“Festa no Rio funciona quando se assume o ar despretensioso do carioca. O jeito leve de abordar um assunto, a sandália. Não adianta repetir conceitos vindos de fora”.
“Se quebrar um copo que era da sua avó, o anfitrião tem agir com naturalidade. É chato ver o dono da casa batendo no sofá para limpar cinza de cigarro. A festa deu certo quando uma pessoa de 18 anos está batendo papo com a Dercy Gonçalves num cantinho da sala”.
CARLOS TUFVESSON, estilista
“Depois da meia-noite, todos os gatos são pardos e ninguém mais pode ser fotografado. Se as pessoas ficarem fazendo pose a noite inteira, contidas, com medo de se jogar e suar, a festa não rola. A noite é mundana, tem que relaxar”.
“Tem que ter banheiro limpo. Se está imundo, as pessoas sujam ainda mais e vira um vandalismo só. Nas minhas festas não têm cinzeiro sujo nem copo vazio em cima da mesa. Mas os convidados não percebem essa movimentação de arrumação. Não acredito nas festas em que o anfitrião larga a casa e tchau, um beijo, miau”.
COLUNA GENTE BOA - O Globo 03/05/2008
“Minhas festas têm que ter Guaraná Jesus para Sandra de Sá e Miguel Falabella, e cerveja para o Zeca Pagodinho. Sei também que a Maria Bethânia gosta de vodka. Essa é a hora de agradar os amigos e conheço o gosto dos meus”.
“Faço coisas do mar para quem é do mar, saladão e picanha que dorme no leite. Deixo a cozinha aberta para quem quiser beliscar na panela da Dona Graça. Convidado tem que se sentir em casa. Música é um bom forró de Luiz Gonzaga. Mas não pode faltar samba, batucada, Lecy Brandão, Zeca, Jorge Aragão...”.
GLACIONE MOURA, taxista
“Festa legal pra mim tem que tocar um funk alto para a gente dançar até o chão. Do ‘Créu’, eu já enjoei. O batidão maneiro do momento é ‘Solta essa zorra’, do MC Torrada e Lana”.
LENNY NIEMEYER, estilista
“Festa boa tem que misturar gerações. O convidado não pode esperar mais que dois minutos pela bebida, e a comida é leve, a noite toda, numa mesa. Garçom circulando atrapalha. Enquanto tiver gente dançando, não desligo o som, mas não fico até de manhã. Deixo uma estrutura e saio à francesa. Não me despeço para que os convidados não pensem que os estou despedindo”.
“O que mudou é que hoje as pessoas se sentem mais à vontade para irem às festas sem serem convidadas. Me programo para receber mais gente do que convidei”.
MUTI RANDOLPH, designer
“Festa é madrugada, as que vou começam 2h30, hora segura, quando os ladrões também estão curtindo”.
“Tem pouca gente interessante na noite, então, festa é para encontrar os amigos. Tem gente que vai só para pegação e esse público incomoda. A festa Moo, a Combo e o Bailinho, no Lounge 69, são ótimas. Tem música variada, vai do rock ao disco, e um povo desencanado”.
R. STAMBOWSKY, cerimonialista
“As pessoas esperam animação numa festa. DJ bom e bebida é mais do que meio caminho andado para tudo acontecer. Para a garotada beber, é vodka com energético. Serve-se espumante rosé, que está no pique, para os adultos. Comida é para beliscar sem parar de dançar ou namorar”.
“Nos casamentos, a distribuição de havaianas é um costume novo, inadmissível há alguns anos. Tem mulher que até leva um par na bolsa para garantir, caso elas não sejam distribuídas. As meninas de 15 anos são tatuadas e têm piercings, mas estão resgatando costumes tradicionais, como a valsa com o pai e com o avô, o bolo vivo com todas as amigas”.
“Nos casamentos o mesmo vem acontecendo. Elas estão usando véu comprido, vestido branco e escrevendo o nome das amigas que querem casar na barra do vestido. Isso é muito antigo. É rara a festa que não tenha equipe de paramédicos para os abusos alcoólicos”.
HELENA GONDIN, sociedade
“Festa para a minha idade é calma, um jantar sentado, formal. Dança só ser for em data especial, bodas. A comida é sem rapapé ou pompa, pode ser até mousse de giló. Detalhe: blinis com caviar está bem demodé. Se tiver alguém desagradável não há jantar que resista. No lugar do uísque de outros tempos, entra agora o vinho tinto”.
BRUNO CHATEAUBRIAND, promoter
“Festa no Rio funciona quando se assume o ar despretensioso do carioca. O jeito leve de abordar um assunto, a sandália. Não adianta repetir conceitos vindos de fora”.
“Se quebrar um copo que era da sua avó, o anfitrião tem agir com naturalidade. É chato ver o dono da casa batendo no sofá para limpar cinza de cigarro. A festa deu certo quando uma pessoa de 18 anos está batendo papo com a Dercy Gonçalves num cantinho da sala”.
CARLOS TUFVESSON, estilista
“Depois da meia-noite, todos os gatos são pardos e ninguém mais pode ser fotografado. Se as pessoas ficarem fazendo pose a noite inteira, contidas, com medo de se jogar e suar, a festa não rola. A noite é mundana, tem que relaxar”.
“Tem que ter banheiro limpo. Se está imundo, as pessoas sujam ainda mais e vira um vandalismo só. Nas minhas festas não têm cinzeiro sujo nem copo vazio em cima da mesa. Mas os convidados não percebem essa movimentação de arrumação. Não acredito nas festas em que o anfitrião larga a casa e tchau, um beijo, miau”.
COLUNA GENTE BOA - O Globo 03/05/2008
Um comentário:
Agora voce vai falar viado!
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