Cesar Villela
Nessa onda de Sleeveface, a gente matou as saudades de algumas capas de discos. Mas as feitas pelo Cesar Villela ficaram de fora; por motivos óbvios. Com as capas que fez para discos de artistas da bossa nova, sobretudo da gravadora Elenco, Cesar Villela — ao lado do fotógrafo Chico Pereira — assinou a mais perfeita tradução visual do gênero.
Observando as vitrines das lojas de discos, o artista percebeu que as capas traziam informações demais — inclusive as dele. Para se destacar em meio à poluição visual, deveria buscar o caminho da concisão. A partir de referências como a geometria do pintor Mondrian e idéias sobre “ruídos visuais” do filósofo Marshall McLuhan, Villela começou a criar sua assinatura.
Outro detalhe legal é que em quase todas as capas é possível encontrar 4 bolinhas vermelhas, que propositalemte tem um significado. O motivo é, literalmente, cabalístico. Na cabala, o número quatro representa harmonia.
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Atualmente, Villela procura patrocínio para publicar um livro de arte que cobre sua carreira no design e na pintura. E prepara uma obra, em formato pocket, com sua temporada na Odeon, onde usou seu estilo sofisticado em trabalhos de artistas populares como o cantor Anísio Silva — reforçando sua idéia de que a capa não tinha que ser uma interpretação da música.
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