terça-feira, 29 de janeiro de 2008

PRODUTORA É PRESA POR INJÚRIA RACIAL NA BARRA

A notícia é velha, mas vale sempre lembrar. Essa cafonice aconteceu na semana passada. E é esse povo que faz cinema, heim!?!

A produtora de cinema Anna Christina Azevedo de Paiva, de 40 anos, foi presa em flagrante na noite de anteontem, acusada de injúria racial contra a atendente Agatha Damasceno Fernandes. Durante uma discussão no balcão da lanchonete do Cinemark no Shopping Downtown, na Barra da Tijuca, Anna chamou a funcionária de “negrinha” e, segundo testemunhas, ameaçou agredir a jovem. A produtora foi levada para a 16ª DP (Barra da Tijuca), onde ficou presa até ontem à tarde. Anna responderá ao inquérito em liberdade. O crime prevê pena de um a três anos de prisão.

Agatha contou na delegacia que os desentendimentos começaram quando o noivo de Anna disse que sua pipoca estava com muita manteiga. Como o pedido do casal era grande, ela deixou para fazer a troca no final. Depois disso, ao pagar a conta com cartão, o casal foi informado de que o débito não tinha sido autorizado.

Segundo Agatha, a produtora disse que ela estava de má vontade ou era incompetente. A atendente retrucou, dizendo que Anna poderia passar o cartão se quisesse. De acordo com Agatha, a produtora disse que ela ia morrer naquela “merda de trabalho” e tentou agredi-la. Com a chegada do gerente da loja, a cliente teria dito: “O que esta negrinha está fazendo aqui? Deve morar na Rocinha”. Repreendida por ele, Anna teria perguntado se a funcionária era uma princesinha da Barra.

Logo depois da confusão, Anna entrou para assistir ao filme “O caçador de pipas”. Ao sair antes do fim da sessão, foi surpreendida por PMs, chamados pelo gerente da lanchonete. Indignadas com a cena, quatro pessoas que também assistiriam ao filme aguardaram a chegada dos policiais e seguiram para a delegacia, onde prestaram depoimento favorável a Agatha. Um casal confirmou ter ouvido Anna chamar a jovem de “negrinha”.

Durante toda a manhã de ontem, Anna ficou presa numa cela da delegacia da Barra. Ela contou que saiu no meio da sessão a fim de pedir desculpas à funcionária e ficou surpresa ao encontrar os policiais. Disse ainda que nunca teve problemas para lidar com negros.

— Estou muito triste. Saí por achar que aquela briga poderia prejudicar a garota, tive medo de ela ser demitida. Fui super mal atendida e, quando reclamei, ela me chamou de ridícula. Será que alguém viu isso? Realmente fiquei zangada, acho que usei o termo, mas não foi no sentido pejorativo. O gerente perguntou quem era a funcionária e apontei para ela. Não tive a intenção de maltratar ninguém — contou Anna.

Em nota, a Rede Cinemark esclarece que está prestando toda a assistência necessária à funcionária e diz que repudia qualquer forma de preconceito ou discriminação. A atendente continua trabalhando normalmente.

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