quinta-feira, 14 de junho de 2007

Gilberto Braga escreve fim de Paraíso Tropical

Muito se admiram com a velocidade dos acontecimentos em Paraíso Tropical, principal novela da Globo. O ritmo foi determinado mais pela necessidade do que pela técnica, uma vez que, a princípio, não vinha registrando a audiência esperada. Até agora, Gilberto Braga não entendeu o que aconteceu, mas o fato é que a aceleração fez a novela deslanchar, batendo às portas dos 50 pontos de média no Ibope. Mesmo enlouquecido com a montagem dos 20 e poucos capítulos que faltam para fechar a novela, Gilberto concedeu esta entrevista exclusiva, por e-mail. Nela, o autor diz que Paraíso Tropical representa o Brasil porque mostra “o real, com uma boa dose de glamourização, porque ninguém é de ferro”.
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No seu ranking pessoal, em que posição você coloca Paraíso Tropical?
Está no ar, neste momento, o capítulo 84. Nós estamos escrevendo por volta do 108. Ainda é cedo para eu ter uma idéia do lugar que Paraíso vai ocupar. Só mesmo no final vou ter uma idéia.
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Foi difícil superar as inevitáveis comparações a Manoel Carlos por causa da ambientação carioca, bossa nova, etc.?
Não, eu já esperava por isso. É uma pena a Globo ter feito esta ordem (colar uma novela na outra), bem que eles tentaram fazer de outra maneira, mas não houve jeito. De qualquer forma, eu acho que o clima do Manoel Carlos é diferente do meu. O que é igual é o Cristo Redentor, fazer o quê?
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Os diálogos são o forte da novela. Como você consegue construir tanta conversa boa em todos os núcleos para colocar no ar todo dia?
Ricardo Linhares e eu fazemos a história, revisão etc. Mas nós temos cinco escritores de primeira linha: Ângela Carneiro, Sérgio Marques, Maria Helena Nascimento, Nelson Nadotti e o incrivelmente bom estreante João Ximenes Braga. Assim, como nenhum deles tem de escrever cenas demais e podem caprichar.
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Qual o personagem que te dá mais trabalho e qual o que flui melhor no seu computador?
A maior dificuldade em toda novela, ao menos para mim, é sempre o casal principal. Estou gostando bastante dos dois, mas é difícil. O que flui melhor no meu texto é o Belisário. Ele é um personagem parecido com vários que eu já fiz e ao mesmo tempo é novo. Adorei no capítulo de sábado quando ele disse: “existe coisa mais pobre do que a palavra praxe?”
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Não adianta dizer que todos são iguais, como fazem os pais. Mas qual é seu personagem predileto?
Cássio. É um tipo de homem que eu acho bacana. Sem contar com a ótima interpretação do Marcelo Anthony.
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Você já descobriu por que a novela demorou a decolar no ibope?
Não descobri. Já cansei de tentar entender. Eu achava boa desde o começo e olha que não sou fanático por novela.
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Record, SBT e Bandeirantes estão fazendo novela. Qual a avaliação que você faz do trabalho das concorrentes?
Eu só consigo escrever e ver a minha, não tenho mais tempo pra nada. Às vezes, na hora do jantar, vejo um pouco da novela do Marcílio (Moraes, autor de Vidas Opostas, da Record) e me parece bastante boa.
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Passaram-se quase 20 desde Vale Tudo. Se fosse escrever um enredo que retratasse o Brasil de hoje, qual título você daria?
O que está no ar: Paraíso Tropical.
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Que Brasil você quer representar na televisão?
O real, com uma boa dose de glamourização, porque ninguém é de ferro. Como a novela que está no ar.
Agência Estado

Um comentário:

Anônimo disse...

gente, não quero ser cri-cri, mas como assim os "20 e poucos capítulos que faltam pra fechar a novela"? se ele está por volta do 108, ainda faltam mais 100... não entendi a matemática.